Thursday, May 31, 2007

HOMENAGEM

Faleceu no passado dia 23 de Maio na sua residência sita na Rua de Cabo da Boa Esperança, n.º 15 – 2.º D. Cova da Piedade, uma das mais notáveis personalidades deste concelho, ao qual dedicou ao longo de mais de meio século todo o seu saber, coragem e determinação.
Com origem numa modesta família de Setúbal, as vicissitudes da vida e a necessidade de as ultrapassar de acordo com padrões de honestidade moral, lealdade, competência, e solidariedade, irão modelar a sua personalidade e determinar as suas opções culturais, profissionais e ideológicas.
Cidadão de Almada desde 1954, aqui fez desde então a sua vida, marcada pela dedicação à causa do Associativismo Popular, da luta pela instauração da Democracia, da Liberdade e do Poder Local Democrático, tendo pertencido à Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Almada, nomeada em 1974 pelo Governo Civil de Setúbal, e presidido à Assembleia de Freguesia da Cova da Piedade em 1989.
Iniciando a sua actividade profissional no Arsenal de Marinha no Alfeite como ajudante de apontação, reforma-se daquele estabelecimento fabril militar em 1980 como Director de Pessoal, cargo para o qual foi nomeado em 1975 por proposta consensual entre a Administração do referido estaleiro e a Comissão de Trabalhadores.
Para que se conheça melhor o percurso de vida deste cidadão empenhado, honesto e generoso, amigo leal e solidário, marido e pai dedicado, aqui deixamos uma breve sinopse cronologia de Fernando de Brito Mateus.
Na impossibilidade de poder agradecer pessoalmente a solidariedade manifestada por quantos o estimaram e acompanharam ao longo da vida, a família vem deste modo expressar os seus maiores agradecimentos.

- Fernando de Brito Mateus nasceu a 24 de Janeiro de 1932 na Rua Formosa, freguesia de Bocage, concelho de Setúbal, filho de Augusto Mateus e de Idalina de Brito Arroja

- 1934-1949 - Vive com a família em Lisboa, beneficiando do apoio prestado pela tia-avó Maria dos Mártires, vendedeira na Praça da Figueira.

- 1938 - Ingressa na Escola Primária n.º 26, concluindo o ensino básico em 1942.

- 1942 - Com apenas 10 anos de idade começa a trabalhar na Praça da Figueira.

- 1944 – Passa a frequentar o ensino nocturno na Escola Comercial Veiga Beirão, enquanto trabalha em Santa Apolónia no escritório do despachante Laerte Simões.

- 7 de Fevereiro de 1947 – É admitido como ajudante de apontação nos quadros do pessoal do Arsenal de Marinha, no Alfeite.

- 1950 – Conclui o Curso Complementar do Comércio.

- 1952 – Passa a residir com os pais e os irmãos na Rua Fernão Mendes Pinto, em Almada.

- 1 de Agosto de 1953 – Casa no posto do Registo Civil situado na Rua do Salitre, em Lisboa, com Lídia Guerreiro Martins, nascida a 1 de Agosto de 1933 na freguesia de Bocage, concelho de Setúbal, filha de Joaquim Martins e Maria do Nascimento Guerreiro.

- 1954 – Vive com a esposa, Lídia Guerreiro Martins de Brito Mateus, na Rua Fernão Mendes Pinto em Almada, onde lhes nasce a 2 de Janeiro de 1954 o primeiro filho, baptizado com o nome de Carlos Fernando Martins de Brito Mateus, após o que passam a residir na Avenida da Fundação, freguesia de Cova da Piedade.

- 1956 – Torna-se associado da Cooperativa de Consumo Piedense, na qual vem a ministrar o ensino de caligrafia, dactilografia e noções de comércio.

- 1958 – Apoia a candidatura do general Humberto Delgado à presidência da República,
como membro da Comissão Democrática Eleitoral (CDE).

- 1959 – Participa nas redes de resistência clandestina ao regime ditatorial apoiando iniciativas desencadeadas do Partido Comunista Português.

-1960 – É membro da Comissão de Gestão dos Serviços Médico-Sociais da Cooperativa de Consumo Piedense, de cujo regulamento foi co-autor.

- 1963 – É eleito presidente da Mesa da Assembleia-geral da Cooperativa de Consumo Piedense.

- 1963 – Representa a Cooperativa Piedense na Direcção Regional do Sul da UNICOOP, instituição em cujos orgãos centrais partilhou o cargo de Presidente da Mesa da Assembleia-geral com o Presidente da Mesa da Assembleia-geral da Direcção Regional do Norte

- A 29 de Maio de 1963, nasce na Rua Cabo da Boa Esperança, n.º 15 – 2.º D. freguesia de Cova da Piedade o segundo filho do casal, baptizado com o nome de Paulo Manuel Martins de Brito Mateus.

- 1964 – Membro da Comissão de Gestão dos Serviços Médico-Sociais da Cooperativa de Consumo Piedense.

- 1965 – É eleito Presidente do Conselho Fiscal da Cooperativa de Consumo Piedense.

- 1966 – É eleito Primeiro Secretário da Direcção da Cooperativa de Consumo Piedense.

- 1967 – É eleito Presidente da Direcção da Cooperativa de Consumo Piedense.

- 1967 – É eleito Relator do Conselho Fiscal da Cooperativa de Consumo Piedense.

- 1968 – Participa no movimento de associados da Sociedade Filarmónica União Artística Piedense (SFUAP), que sanearam daquela prestigiada colectividade os elementos da direcção afectos a ditadura, alguns dos quais conhecidos funcionários da PIDE.

- 1968 – É eleito para os corpos gerentes da Sociedade Filarmónica União Artística Piedense (SFUAP).

- 1969 – Dá início a um período de colaboração com jornal «A Capital», para o qual escreve artigos de opinião e notícias relacionadas com o cooperativismo e economia publicados no suplemento quinzenal “Economia & Técnica”.

- 1974 – É eleito membro da Comissão de Trabalhadores do Arsenal de Marinha no Alfeite.

- 1974 – Adere formalmente ao Partido Comunista Português.

- 16 de Maio de 1974 – Na sequência de nomeação ocorrida num grande plenário que juntou parte considerável da população do concelho, é empossado pelo Governador Civil de Setúbal no cargo de membro da Comissão Democrática Administrativa da Câmara Municipal de Almada.

- 1975 – É nomeado, por proposta consensual da Administração e da Comissão de Trabalhadores, Director de Pessoal do Arsenal de Marinha no Alfeite.

- 1975 – Por enerência do cargo de Director, passa a fazer parte do Conselho de Administração do Arsenal de Marinha no Alfeite.

- 1975 – Faz parte do Conselho de Directores dos Estabelecimentos Fabris Militares.

- 20 de Março de 1976 – Preside à II.ª Assembleia Popular do Concelho de Almada que teve lugar no salão de festas da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense.

- 1977 – É cooptado como membro da Comissão Concelhia de Almada do Partido Comunista Português.

- 1978 – É louvado em Ordem do Dia pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, General Loureiro dos Santos.

- 1980/1992 – Eleito sucessivamente membro dos corpos gerentes da Sociedade Filarmónica União Artística Piedense (SFUAP).

- 31 de Dezembro de 1980 - Passa à situação de reforma com a categoria de Director do Arsenal de Marinha no Alfeite.

- 1981– Em colaboração com João Jorge Tavares da Gama procede à organização da contabilidade e contas de gerência da União de Reformados Pensionistas e Idosos do Conselho de Almada (URPICA).

- 1982/1984 – Introduz o sistema POC na organização contabilística da URPICA, continuando a colaborar na elaboração das contas de gerência.

- 1983 – Membro da Direcção da União dos Resistentes Anti Fascistas Portugueses (URAP).

- 1983/1997 – Membro da Comissão de Redacção do Boletim da URAP.

- 1985/1987 – É eleito Presidente da Assembleia-geral da União dos Reformados Pensionistas e Idosos do Concelho de Almada (URPICA).

- 1989/1998 – É eleito sucessivamente Presidente da Mesa da Assembleia-geral da Associação de Iniciativas Populares para a Infância do Concelho de Almada (AIPICA).

- 1993/1997 – É eleito Presidente da Assembleia de Freguesia de Cova da Piedade pela Coligação Democrática Unitária (CDU).

- 1999 – É co-autor, com António M. Neves Policarpo, da obra: “Cova da Piedade, da Primeira República ao 25 de Abril de 1974”, edição da Junta de Freguesia de Cova da Piedade.

- 2000 – É galardoado pelo Município com a Medalha de Ouro da Cidade de Almada.

- 2001 – Escreve a obra “Há Sempre Alguém que Resiste”, edição da Junta de Freguesia de Cova da Piedade.

- 23 de Maio de 2007 – Morre na sua residência na Avenida da Fundação, n.º 15 – 2.º D. freguesia de Cova da Piedade, sendo cremado no cemitério do Alto de S. João no dia 25 do mesmo mês.
Pesquisa e texto de:
António Policarpo, Sócio nº 13 da Casa do Pessoal do Arsenal do Alfeite.

Friday, May 25, 2007

FERNANDO DE BRITO MATEUS

Crónica de Opinião, último artigo escrito por Fernando de Brito Mateus, editado na 1ª edição da Revista " hélice " ( clic no emblema para ampliar )


Faleceu a 23 de Maio, 22.3o horas, Fernando de Brito Mateus.
Para os mais novos não passa de um ex Arsenalista.
Foi ao longo da sua vida um lutador pelos seus ideais, pela conquista da liberdade e dos direitos humanos.

Recentemente convivemos com ele a quando da sua total disponibilidade para escrever a Crónica de Opinião, na Revista "hélice".

Esteve connosco, na última 6ª feira da sua vida, no 21º Almoço de Confraternização dos Aposentados do Arsenal do Alfeite.

Uma grande perda.

Oportunamente falaremos da sua vivência no meio do Associativismo e do seu profissionalismo enquanto Arsenalista.

Os Corpos Sociais da Casa do Pessoal do Arsenal do Alfeite deixam aqui os seus sentidos pesâmes e condolências.

Saturday, May 19, 2007

FOTOS - 21º ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO DOS APOSENTADOS DO ARSENAL DO ALFEITE

ALGUMAS FOTOGRAFIAS DO 21º ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO DOS APOSENTADOS DO ARSENAL DO ALFEITE
Dois Amigos ( Frederico e Zeca Fradique )
O encontro de velhos amigos ( Mestre Moreno / Sr. Julio / Preparador Valério )
A confraternizar
Em espera para saborear o Bolo de Aniversário
Parabéns
Cerimónia do partir do Bolo de Aniversário ( Moreno, Náná, Manta, Zé Carlos )
Jacinto Cardoso - Um velho e sempre respeitado AMIGO
A recordar a vivência Arsenalista - Em pé Rui Oliveira, da Construção Naval
Zé Joaquim - Um grande amigo
Mais um grupo de grandes "Mestres e Professores" na vivência do Arsenal
Apresentação da Página de Internet ( Sandra / Jamila / Zé Barata )
Confraternização de amigos
Eduardo Moreno, também com algumas palavras de amizade e satisfação
O Presidente da Casa do Pessoal, Manta Cocharra, na Saudação a todos os presentes
Grupo da Oficina de Máquinas - De costas o Mestre Aires, O CM Mário Rasg..., o Mestre Faustino, CM Eduardo Correia, CM Lucas, CM Carlos

21º ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO DOS APOSENTADOS DO ARSENAL DO ALFEITE


Como estava agendado, realizou-se dia 18 de Maio, na Quinta da Genovesa em Sobreda de Caparica, o 21º Almoço de Confraternização e Amizade dos Aposentados do Arsenal do Alfeite.

Neste dia de festa estiveram presentes 352 Aposentados, que conviveram e lembraram a sua vivência Arsenalista.
Para além do almoço e convivio, a Casa do Pessoal do Arsenal do Alfeite, organizou um programa diversificado, apresentado pelo José Manuel Barata, da Rádio Renascença, ele também ex funcionário do Arsenal do Alfeite.
Foi editada a Revista " hélice " e apresentada ao pormenor a futura página de Internet da Casa do Pessoal www.cparsenal.pt .
Estiveram presentes como convidados António Fernandes, da Comissão de Trabalhadores do Arsenal, Engº Jaime Batista de Figueiredo, Director de Recursos Humanos, em representação da Admistração do Arsenal do Alfeite, e João Ferreira, da Junta de Freguesia da Sobreda.
O convivio decorreu com alegria e satisfação, sendo de certo mais um dia inesquecível para os presentes.
A Casa do Pessoal e a Comissão dos Almoços, agradecem a sua presença desejando que no próximo ano estejamos todos, mais os que se quiserem juntar neste dia Arsenalista.



S O N H O


DO SONHO À REALIDADE,...
Já foi editado o nº 1 da Revista da Casa do Pessoal do Arsenal do Alfeite... " hélice ".
Dia 18 de Maio, dia de festa e Confraternização dos Arsenalistas Aposentados, foi o dia do lançamento da Revista.
Numa cerimónia simples, mas de grande orgulho, a " hélice " foi distribuída gratuitamente por todos os presentes.
A edição desta revista só foi possível com trabalho e empenhamento da Direcção da Casa do Pessoal, pois sentia-se a necessidade de um meio, que se tornasse veículo directo entre os Orgãos Sociais e os Associados.
Um agradecimento aos editores deste nº1 , direccionando-o à total disponibilidade do António Policarpo, e ao Fernando de Brito Mateus, ex Director do Pessoal do AA, que quando solicitado para a crónica de opinião, nos orgulhou com total abertura.
Agradecer também, a todos os que nos apoiaram, à gráfica de Stº António, à Gerência da Quinta da Genovesa, às Juntas de Freguesia da Cova da Piedade, do Laranjeiro e de Corroios.
A " hélice ", pode ser adquirida gratuitamente na Sede da Casa do Pessoal, na Coopeativa Piedense, na Cova da Piedade.
Com este empenhamento e entusiasmo estamos já a trabalhar para a edição nº 2.
Até breve

Monday, May 14, 2007

CARTÃO DE SÓCIO


Aí estão finalmente os nossos Cartões de Sócio.

Muito em breve irão ser distribuídos por todos os Associados.


Um trabalho exaustivo e conseguido graças à autorização, empenho e dedicação na feitura desta obra.


A Direcção da Casa do Pessoal, deixa aqui, mais uma vez o agradecimento a todos os que tornaram visivel este trabalho, pois desta forma participativa, a nossa Casa irá crescer e tornar-se uma grande Instituição digna de honra de todos os Arsenalistas.


Lembra-se também aos Associados que ainda não entregaram a fotografia, que o façam o mais urgente possível, para também poderem usufrir do Cartão de Sócio.

Saturday, May 12, 2007

CASA DO PESSOAL COM PÁGINA NA INTERNET

Será muito em breve que a Casa do Pessoal do Arsenal do Alfeite, estará com uma página na NET.


Com a existência de milhares de ex-Arsenalistas espalhados pelo mundo, era inevitável que a nossa casa chegasse até eles.


Assim, num futuro muito próximo, entre na Casa do Pessoal do Arsenal do Alfeite, utilizando a chave - www.cparsenal.pt

Tuesday, May 1, 2007

QUINTA DO ALFEITE


Considerada como um dos lugares mais deslumbrantes e belos de Almada, a Quinta do Alfeite, que em tempos passados se designava de Quinta Real do Alfeite, é hoje parte integrante da freguesia do Laranjeiro.
Com uma área aproximada de trezentos hectares, o lugar está circunscrito aos lugares do Caramujo, Romeira, Cova da Piedade, Barrocas, Laranjeiro, Rato, Miratejo, esteiro de Corroios e Ponta dos Corvos.
A proximidade e o contacto com o rio Tejo, bem como a riqueza das suas águas em peixe e moluscos e ainda a floresta abundante de espécies de caça como borrelhos, garças e patos, fizeram com que a fixação do homem nesta região fosse, no decorrer dos tempos, uma constante.

Favorita do Rei D. Carlos

Possuidora de uma das mais importantes coutadas, a Quinta do Alfeite foi, muitas vezes, lugar preferido do Rei D. Carlos, para as suas caçadas, alojando-se por lá nesses períodos de lazer e recreio venatório.
Este lugar está ligado a momentos muito importantes da nossa história, sendo um dos seus mais importantes protagonistas, D. Nuno Álvares Pereira, possuidor das Azenhas de Corroios, existentes ao pé da Quinta de Aires Paes e os esteiros de Algenoa, de Amora, de Arrentela e de Corroios, doados à Ordem de Carmelitas em 28 de Julho de 1404. Para além destes bens a Ordem recebeu ainda a Quinta de Corroios e o pinhal das Covas de Prata. ,
A Quinta do Alfeite, em finais do Séc. XVI, era pertença de João Álvares Caminha. Francisco Pires Cotão, adquire por alvará de sub-rogação os pinhais do Alfeite.
Três anos depois do terramoto de 1 de Novembro de 1755, D. Pedro III, filho de D. João V, manda construir o Paço Real do Alfeite, sendo efectuado em 5 de Outubro de 1799, na cidade de Lisboa, o tombo da Quinta do Alfeite.

Tombo da Real Quinta do Alfeite

Em 1834, pelo decreto lei de 18 de Março é extinta a Casa do Infantado e passados 10 anos é feito um tombo da Real Quinta do Alfeite a 21 de Março de 1844, pelo almoxarife Severiano Fernandes de Oliveira onde nos é dado a conhecer a relação de prédios do circulo administrativo do Almoxarifado do Alfeite:
Quinta do Alfeite - constituída por um prédio urbano (palácio arruinado e várias casas de acomodações) e prédio rústico (jardim, pomar de espinho, vinhas, olival, algumas árvores de pevide e caroço, horta, três tanques, dois poços com engenhos, duas minas de água, pinheiros mansos e bravos e cabeceiras de mato);
Quinta da Romeira - constituída por um prédio urbano (casas de habitação, várias casas acomodações, palheiro, adega e lagar) e prédio rústico (brejos com horta, várias de espinho, carroço e pevide, vinhas, olival, algum pinhal, cabeceiras de mato e dois poços, tendo um engenho e um tanque);
Quinta do Outeiro - constituída por um prédio urbano (casas de habitação e várias casas de acomodações, cavalariça e palheiro e seis armazéns grandes) e prédio rústico (um bocado ajardinado, horta, vinha, arvores de pevide e caroço, e de espinho, poço com engenho e dois tanques);
Quinta da Piedade - constituída por um prédio urbano (casas de habitação e várias casas de acomodações, casas para adega e lagar) e prédio rústico (vinha, arvores de pevide e caroço, e cabeceiras de mato e dois poços e um tanque);
Quintinha - constituída por um prédio rústico (casa rústica de habitação, vinha, olival, árvores de pevide e caroço, pinhal e cabeceiras de mato);
Quinta da Antelmo - constituída por um prédio urbano (casas de habitação muito arruinadas e várias casas de acomodações) e prédio rústico (pomar de espinho, horta, poço com engenho, olival, vinha, pinhal, e cabeceiras, de mato e viveiro para peixes).
Quinta da Bomba - constituída por um prédio urbano (pequenas casas de habitação e várias acomodações) e prédio rústico (pomar de espinho, horta, arvores de pevide e caroço, poço com engenho, vinha, olival, pequenos bocados de terrenos de semeadura, pinhal e cabeceiras).

Redondezas

É interessante referir que, através do respectivo tombo, se fica a saber que estas propriedades se encontravam contíguas, circundadas de vaiados e separadas umas das outras por grandes ruas de recreio, o que fazia parecer uma só propriedade, havendo fora dos vaiados uma grande porção de terra o que se pensa ser baldio, a qual está marcada e confina com a Ria do Seixal.
Ainda faziam parte da Real Quinta do Alfeite, duas courelas de pinhal, no sitio de Corroios, e uma lagoa no sítio da Albufeira, termo do concelho de Sesimbra contendo pequenas casas de habitação, com cavalariça, e terreno de semeadura nas margens da mesma lagoa.

O Arsenal da Marinha no Alfeite

Tendo como objectivo a construção, nas praias da Margueira, de um estaleiro, devidamente dotado, face ao grande desenvolvimento da nossa industria naval, o engenheiro Miguel País, em 1871, sugere a transferência do Arsenal da Marinha de Lisboa, para a margem esquerda do Tejo.
Depois de vários estudos com vista à resolução do assunto, era alvitrado pelo contra-almirante Augusto Castilho, num curioso artigo publicado pelo Diário de Noticias de 28 de Maio de 1901, o local do Arsenal para a edificação do novo arsenal. No ano de 1906, o eng. Santos Viegas, apresenta o seu anteprojecto do Arsenal da Marinha, para a margem esquerda, abrangendo uma arca compreendida entre Cacilhas e Alfeite
Contudo, face às inúmeras discussões e projectos elaborados, este assunto teve a sua conclusão no ano de 1929, com o começo dos trabalhos de terraplanagem no mar do Alfeite, acabando dez anos depois, com a transferência do velho Arsenal da Marinha de Lisboa, para o Alfeite, em Janeiro de 1939, ocupando uma área de 33 hectares tirada ao Tejo, colmatando com a sua inauguração em 3 de Maio desse ano.

Fragata D. Fernando II e Glória

Lançada à agua em 22 de Outubro de 1843, este veleiro baptizada com o nome de D. Fernando II e Glória, em homenagem a D. Fernando II, marido da rainha D. Maria II e à protecção de Nossa Senhora da Glória, santa muito venerada em Goa, local onde foi construída.
Desempenhando inúmeras missões até 1940, altura em deixou de ser utilizada pela Marinha e passou a ser sede da "Obra Social da fragata D. Fernando", instituição de recebimento a jovens com fracos recursos, os quais apreendiam instrução escolar e treino de marinhagem.
Esses jovens marinheiros, com a sua fanfarra, eram uma presença muito apreciada e admirada, na tradicional procissão dos festejos religiosos em honra da Nª Sª do Bom Sucesso, realizada todos os anos, em Cacilhas, no dia 1 de Novembro. Em 3 de Abril de 1963, um incêndio no navio-escola, punha fim a um dos maiores veleiros, cuja presença durante muitos anos no estuário do Tejo, simbolizou a memória da nossa história como grande país de marinheiros.
Encalhado o que restou do seu casco, no Mar da Palha, durante trinta anos, este viria a ser removido do Tejo em 28 de Fevereiro 1992, para o Arsenal do Alfeite onde, depois de preparado, foi rebocado para os estaleiros da Gafanha da Nazaré, em Aveiro, onde chegou em Outubro de 1992, dando então início ao seu processo de restauro, operação minuciosa, que viria a colmatar com a sua saída, novamente, com destino ao Arsenal do Alfeite, a fim de ser devidamente preparada como navio-museu e apresentada ao público na Expo98, sendo depois fundeada no rio Tejo, cumprindo assim a sua missão como museu vivo